Hello. :)

sexta-feira, novembro 11, 2011

"Lágrimas e chuva molham o vidro da janela, mas ninguém me vê"


Hoje eu acordei, e quando olhei pela janela era um dia frio, num tom de cinza, daqueles dias que já são tristes só de olhar pro céu. Foi então quando eu me dei conta de que eu não fazia ideia do que era pior, se era o que eu via, ou se era... que no fundo, apenas eu sabia do que tava se passando dentro de mim. E talvez, se as pessoas pudessem me enxergar por dentro, perceberiam o quão triste eu estou, como cada coisa estremece, como cada equilíbrio é forçado e calculado. É isso que tenho me tornado, todas essas atitudes mecânicas e repetidas, e ensaiadas; e tudo isso por sua causa, porque eu sei que se eu agir naturalmente, como manda meu coração eu vou deixar na cara todo esse aspecto sombrio que meu interior adquiriu desde que você se foi. E então eu tenho a atitude mais inteligente que consegui desenvolver, eu obedeço aos comandos do meu instinto de sobrevivência. Confesso que algumas vezes, pensamentos chegam sem pedir licença, e antes mesmo de começar a possuírem asas, logo trato de cortá-las. Eu repito desesperadamente que não, que saia... ainda bem que os comandos são eficazes, porque senão, muitas vezes eu estaria devastada, imaginando como foi cruel cada coisa que aconteceu depois daquele último beijo. Já cansei de tentar entender se é justo. As perguntas que me faço, são completamente retóricas, porque por mais que eu me esforce, nunca obtenho respostas. Existe apenas uma coisa que não consigo impedir que aconteça: o fato das minhas lembranças virem à tona para me mostrar o quanto eu fui plena enquanto eu estive ao teu lado, e se você soubesse.... aah se você soubesse tudo que se passa aqui dentro, se você visse como é, se você sentisse cada coisa que eu sinto, você nunca teria se afastado. A vontade de que tudo isso passe de uma vez, me dá forças para continuar, e eu devo admitir que por muitas vezes é tão difícil sentir vontade de levantar da cama e fazer o que tem que ser feito, e mostrar um meio sorriso, ou um sorriso completo para convencer alguém de que está tudo certo comigo, mas o que ninguém percebe é que eu sorrio com vontade de chorar, sim, de chorar, compulsivamente como um bebê que quer algo para se conformar, mas que ninguém pode dar, ou apenas uma pessoa é competente pra isso... E permanecer em prantos, até que se esgotem todas as lágrimas, até que meu coração sinta-se mais aliviado, até que meu corpo dê indícios de que chorei, através de soluços, que chegam até meia hora depois de eu já ter me acalmado, mas você não sabe dessas consequências, não é? Definitivamente... você não sabe nada de mim, e eu sei tanto sobre você. Eu prestei atenção em cada coisa, eu poderia reproduzir cada gesto seu. E como queria ter a sensação de ter seus braços me envolvendo completamente, a sensação de apenas ter você do meu lado, mesmo que sem falar nada, só fingindo estar prestando atenção no que eu dizia. Mas eu sei que pra você, NADA disso importa, e mesmo que você esteja lendo esse texto, ainda assim, nada mudou em você com relação a mim, e isso é uma das coisas que mais me machuca, machuca tanto, que preferia nem ter certeza do que acabei de dizer. Porque, de repente, pra você tudo acabou mesmo, né? Pois eu estou pagando um preço alto, por um amor que é sentido único e exclusivamente por mim. Quando de repente eu fico distraída, enquanto amigos conversam à minha volta, quando eu aparento estar alheia a tudo que está se passando, pode ter certeza, você está vagando pelo meu pensamento, e eu insistindo em ser mais forte, em não alimentar esse sentimento, apenas tentar amenizá-lo a cada dia. E eu sei, sei bem que algo aqui dentro morreu, morreu minha esperança de que nós déssemos certo, isto nunca voltará, jamais. Eu estou caminhando para alguma direção que eu ainda não sei qual é, só espero que ironicamente esse caminho não me leve até você. Não se preocupe, está tudo guardado em mim, remeterei todas essas lembranças ao meu capítulo: - APRENDIZADO –

Amanda Araújo
"Sei que todos algum dia acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho."  - Caio Fernando Abreu